O meu amigo Ennio já postou aqui uma série de fotos muito ilustrativa da “nova mulher” chinesa. Até me lembro da situação em que foram tiradas muitas delas: estávamos fora de um shopping central de Shanghai (diz-se “shan-rai”) por uns bons minutos, enquanto esperávamos uma carona, e ele resolveu dar uma de voyeur digital com a sua recém-adquirida Nikon. Ficou um ensaio-síntese interessante, amostral, da juventude chinesa metropolitana.
Agora, resolvi completar o trabalho de Ennio com uma outra observação. Vimos em alguns lugares exemplares da pintura moderna chinesa e um detalhe me chamou atenção, só agora me dando conta: sinto com se houvesse um movimento pictórico de recuperação do doçura feminina, antes ocultada pelo “realismo socialista” da velha pintura maoísta. Vejam abaixo:
É como se houvesse uma busca do detalhe antigo, do bracelete, da roupa, da languidez do olhar, da pintura do rosto, do abanico tradicional. Mais importante ainda: a iluminação. Quase que invariavelmente um raio de luz forte realça o rosto da modelo, trazendo à tona o indivíduo, antes submerso na pintura grupal, coletiva.
Muito gira !
Chinesinhaaa !